"Certos pavões escondem de todos os olhos a sua cauda - chamando a isso o seu orgulho." F. Nietzsche

22.6.11

Presente Passageiro

Num mundo como este, onde nada é estável e nada perdura, mas é arremessado em um incansável turbilhão de mudanças, onde tudo se apressa, voa, e mantém-se em equilíbrio avançando e movendo-se continuamente, como um acrobata em uma corda – em tal mundo, a felicidade é inconcebível.
Como poderia haver onde, como Platão diz, tornar-se continuamente e nunca ser é a única forma de existência?
Primeiramente, nenhum homem é feliz; luta sua vida toda em busca de uma felicidade imaginária, a qual raramente alcança, e, quando alcança, é apenas para sua desilusão;
e, via de regra, no fim, é um náufrago, chegando ao porto com mastros e velas faltando.
Então dá no mesmo se foi feliz ou infeliz, pois sua vida nunca foi mais que um presente
sempre passageiro, que agora já acabou.

Schopenhauer

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